Participação da família é fundamental para bom desempenho escolar

   Segundo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 30 países, um dos fatores responsáveis pelo baixo desempenho acadêmico dos estudantes brasileiros é a pouca participação dos pais na vida escolar dos filhos. De acordo com o trabalho, existe uma relação direta entre a participação da família e os bons resultados escolares. Os estudantes de países asiáticos como Japão e Coréia do Sul, por exemplo, onde as mães chegam a fazer cursos para ajudar os filhos, estão entre os melhores do mundo.
   Na coluna desta semana, reproduzo conselhos dos especialistas sobre como ajudar nos deveres escolares e se relacionar com a escola para que o estudante adquira responsabilidade, autoconfiança e bom desempenho escolar.

   Respeito e visão crítica na relação com a escola
   Na relação com a escola, esteja seguro da escolha que fez e dê espaço para a equipe trabalhar. Demonstre respeito tanto pelo sistema escolar quanto pelo professor: acusações verbais podem gerar em seu filho sentimentos contrários à escola e dar-lhe um pretexto para não se esforçar. Atenda aos convites da escola, participe das atividades propostas.

   Responsabilidade pelo desempenho é do aluno
   Assumir a responsabilidade pelos deveres de casa ajuda as crianças a crescerem e a se tornarem adultos responsáveis que cumprem promessas, respeitam limites e triunfam no trabalho. As crianças responsáveis lembram-se de seus compromissos e terminam a tempo os deveres de casa. Podem pedir ajuda, mas geralmente gostam de resolver os problemas por si mesmas.

   Veja as recomendações dos especialistas:
   1. Incentive a aprendizagem e a responsabilidade desde a pré-escola – escute atentamente e estimule seu filho a pensar por si mesmo. Leve-o à biblioteca, ao cinema, ao teatro e leia regularmente para ele.
   2. Mostre o seu interesse – observe e comente positivamente o dever de casa, os livros que ele está lendo.
   3. Ofereça incentivos pelo trabalho escolar melhorado.
   4. Ajude-o a freqüentar a escola regularmente, sem faltas e atrasos injustificáveis.
   5. Converse muito e sempre com os professores do seu filho – exponha as dificuldades com o dever, auxilie a identificar problemas.
   6. Estabeleça uma rotina organizada, mas sem sobrecarga.
   7. Esclareça quais direitos são adquiridos com o bom desempenho escolar, compreendendo notas, deveres, relacionamento e comportamento na escola (uso do computador para diversão, televisão, passeios com amigos, mesada, uso do telefone etc.).
   8. Não imponha um tempo para estudar – isso é desnecessário e pode ser percebido como pressão ou falta de confiança. Aceite a palavra dele de que a tarefa está pronta sem revisá-la. Se perceber que ele está confuso ou paralisado, ajude-o a organizar-se para fazer os trabalhos longos e/ou em grupo.
   9. Não contrate aulas particulares, exceto em circunstâncias especiais – peça à professora que envie comunicados para sua casa indicando o tema em que seu filho esteja precisando de ajuda. Assim você não estará assumindo a responsabilidade e, tão logo seu filho tenha atingido as metas da professora, retire-se do papel de tutor.
  10. Peça ajuda – problemas de aprendizado que interferem em habilidades básicas (como a leitura) demandam cuidados especiais. Se você tiver preocupações a respeito da capacidade de aprendizado de seu filho, discuta isso com a professora, procure psicólogos e médicos especializados.